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Paisagens



Expressou a dor de muitos, a agonia de milhares e o silêncio de milhões!
Ah! Se o mundo se aquietasse por um instante que fosse, para contemplar tais verdades ditas, tais imagens, tais paisagens vistas todos os dias. Talvez o poeta não precisasse descrever o mundo, se o mundo soubesse ler suas próprias mensagens nas entrelinhas.
Se olhos pudessem enxergar e não somente ver. Se as mãos pudessem segurar, e não somente estender-se para doar. Se a caridade se tornasse amor e o amor por si só pudesse confortar.
Todos os dias elas parecem nos afrontar, são elas que nos mostra o quanto somos podres, mesquinhas, egoístas. Elas são cinzas, pretas, brancas, sujas… São vivas, de carne, osso, mudas… Elas estão por toda a parte. Elas comem, dormem, fogem, morrem por toda parte. Elas nos olham nos olhos, e nós desviamos os olhares. Elas pedem ajuda, socorro, esmola, abrigo… Elas clamam justiça, liberdade, saudade, amigo. São feias, verdadeiras e agridem nossos olhos coloridos. É a imagem da sociedade capitalista, o nosso maior emblema, nosso dilema, nosso problema democrático.
É… mas sempre damos um jeitinho para tudo. Pintamos pontes, passarelas, renovamos o asfalto. Plantamos um jardim, uma árvore, um parque, um lago. Limpamos a cara da cidade, as paredes, os pontos de ônibus… – O Brasil é nosso, é seu, é desigual, é de todos.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010 | posted in , , | 3 comments [ More ]

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